Forbes Africa Lusófona Magazine - Setembro/Outubro 2023

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Queremos descolar em first class. Mas esquecemo-nos de pagar o bilhete. Queremos a liberalização das tarifas alfandegárias e fazer do continente a maior zona de livre comércio de bens e serviços do mundo. Grandes expectativas. Aumentar 50% nas trocas comerciais do continente, uma percentagem que reduz para os 15% caso não haja um acompanhamento de melhoria de doing business em África. Ao todo, 1300 milhões de pessoas num bloco económico avaliado como a maior área de comércio livre desde sempre. Mais. O Banco Mundial estima que este levantamento de fronteiras em África poderá retirar dezenas de milhões de pessoas da pobreza até 2035. Estamos à espera do quê? Queremos turistas. Sector estratégico para criar awareness no continente, atrair divisas e toda uma indústria à volta do sector. Há seis países africanos que se destacam pelo nível de acessibilidade aos dados do turismo em África: Cabo Verde, África do Sul, Marrocos, Tunísia, Tanzânia e Maurícia, segundo a plataforma With Africa da Nova SBE. Mas depois falta-nos todo o resto do roteiro para que levem daqui uma boa imagem, para que divulguem e para que voltem. Falo principalmente dos nossos lusófonos, que têm aqui uma lança em África desperdiçada. Queremos um mercado comum e, quiçá, uma união económica e monetária em 2030, mas como vamos chegar lá se continuamos a andar a duas velocidades: devagar e devagarinho?