Forbes Africa Lusófona Magazine - Maio/Junho 2024

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Quando se fala de investimento em África, há sempre quem mencione a palavra risco. E quando queremos andar para a frente, há sempre quem puxe para trás. Vamos falar do passado, remoer o assunto, esgotar energias e focar-nos no errado, como se houvesse forma de pagar ou apagar o que já sentimos na pele e já faz parte da nossa memória. Não há. Esta feito. Falo em concreto do payback que uns e outros vão gritando a sete ventos, sobre a colonização portuguesa, faz agora 50 anos que o ciclo se fechou. Como se houvesse valor estimável para os 12,5 milhões de africanos escravizados em todo o mundo e todo o atraso que daí resultou para um continente que concentra as maiores riquezas naturais do mundo. Não vale a pena esse caminho turbulento. Por dois motivos. Primeiro, quanto vale uma vida humana? É imensurável o que quer que pudéssemos pedir a Portugal ou a outros, e tal não iria minimizar a sua culpa. Tornou-se um assunto interesseiro que vem à ribalta sempre que se quer politicamente desviar de outros assuntos e atirar achas a uma fogueira que é, continua a ser, muito sensível para todos. Do resto do mundo queremos, isso, sim, a devolução do nosso acervo cultural espalhado pelos quatro cantos. De resto, esse ‘dever de reparação’ só serve para perpetuar um mal-estar. E dois, quando vamos nós, África, parar de estar de mão estendida? Qualquer oportunidade parece ser boa para pedir fundos e indemnizações, quando, na verdade, o que queremos é que nos olhem de frente. Com respeito, com dignidade e com valor. Foi essa a nossa luta. Que invistam nos nossos países, não por culpa ou por piedade, mas com negócios que acrescentem valor à sociedade local e lucros aos empresários nacionais ou internacionais. Se há riscos? Há sempre. Como diria o empresário e fundador da Forbes África Lusófona, N’Gunu Tiny, “o risco é uma questão de percepção, e a percepção é uma questão de conhecimento”. Venham conhecer-nos primeiro. As portas estão abertas ao investimento.