Sensibilidade à flor da pele

Se determinados sons a tiram do sério, a ponto de desligar as notificações do telemóvel, se se emociona facilmente e se precisa de tempo a sós para recarregar as baterias, é provável que faça parte dos 20 por cento de pessoas com alta sensibilidade. Saiba como identificar este traço de personalidade e aceitar-se em pleno.

- SONIA RAMALHO

KARINA ZEGERS DE BEIJL Fundadora da Associação de Pessoas com Alta Sensibilidade de Espanha e autora do livro Pessoas Altamente Sensíveis (A Esfera dos Livros)

Na década de 70 do século XX, a psicóloga americana Elaine Aron descobriu que duas em cada dez pessoas são consideravelmente mais sensíveis, têm as emoções à flor da pele, os sentidos mais apurados e são mais vulneráveis e recetivas ao sofrimento dos outros. Não o fazem de propósito, é simplesmente a sua maneira de registar o que está à sua volta. A maioria, por desconhecimento deste traço de alta sensibilidade, sente-se diferente e muitas tentam adaptar-se, fingindo ser como a maioria. No caso de Karina Zegers de Beijl, autora do livro Pessoas Altamente Sensíveis, foi aos 52 anos que tudo começou a fazer sentido. «Vivi quase toda a vida a sentir-me desajustada, como uma patinha feia.» Até que uma discussão com o namorado a levou a procurar informação sobre pessoas muito sensíveis. «Foi assim que encontrei o site de Elaine Aron e a minha vida mudou. Foi como encontrar a peça do puzzle que faltava.»

O QUE SÃO PAS?

Em 1991, Elaine Aron identificou um traço de personalidade de alta sensibilidade, ao qual chamou Pessoas Altamente Sensíveis (PAS), do inglês