Mclaren 720s Ave Fénix

Eis o primeiro modelo da segunda geração de superdesportivos desde que a McLaren se dedicou a fundo à produção de carros de estrada. A marca britânica até pode não ganhar corridas na F1, mas na rua não há muitos rivais a destrona-la.

- José Armando Gómez

Não deixa de ser curio-so que, ao longo dos recentemente feste-jados 70 anos de vida, a Scuderia Ferrari tenha obtido os piores resultados desportivos precisamente na altura em que desenvolveu os seus modelos de estrada mais excitantes; e no sentido oposto, quando ganhou mais corridas foi quando Maranello produziu os superdesportivos, digamos, mais “aborrecidos”. Exemplo disso: nos anos 80 a marca italiana viveu uma “seca” brutal desportiva, no entanto, na mesma data nasceram os icónicos Testarossa, 250 GTO ou o famosíssimo F40.

Na última década, enquanto os concessionários Ferrari bateram recordes de vendas, os seus pilotos apenas celebraram o solitário título de Kimi Räikkönen. Porém, e por mais estranha que seja esta realidade, ela tem um ponto racional, pois numa marca que nasceu como equipa de competição e foi amadurecendo como fabricante, a distribuição de orçamentos e a saúde financeira tem uma importância fulcral, tanto para ganhar corridas como na venda de carros.Algo semelhante acontece com a McLaren, que também nasceu e ganhou fama como equipa de competição, fundada por Bruce McLaren em 1963, e hoje conta com uma poderosa divisão de carros de estrada (à exceção do McLaren F1 dos anos 90 e da parceria com a Mercedes Benz no SLR na mudança de milénio, nunca a marca britânica se tinha centrado tanto na produção), mas que vive a pior fase de resultados desportivos do seu meio século de história. Coincidência?